sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Há 50 milhões de internautas viciados em web, diz estudo


A internet caiu, o que eu vou fazer? Como eu vou ficar sem conexão? E agora, não tenho nada para fazer? Com certeza algumas pessoas levantaram essas questões nas últimas semanas, já que a web sofreu algumas baixas momentâneas: o Twitter caiu várias vezes e o Google ficou fora do ar por poucas horas. Isso sem contar as inúmeras panes do Speedy que deixaram vários usuários com conexões instáveis ou inexistentes.

A Universidade de La Salle divulgou um estudo, em 2008, apontando que existem 50 milhões de viciados em internet. A entidade britânica Advances Psychiatric Treatment divulgou um relatório mostrando que entre 5% e 10% de internautas no mundo são compulsivos, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, segundo o Internet World Stats.

Atualmente, a web ocupa um grande espaço na vida de todas as pessoas, tornou-se necessária para o desenvolvimento das atividades cotidianas. “A internet tornou a vida de qualquer pessoa mais simples e ágil. Compras, pagamentos, notícias, informações sobre clima, estradas, e tantas outras atividades, tornaram-se disponíveis a qualquer hora em qualquer lugar graças à internet e ao celular”, afirma Abel Reis, presidente da Agência Click.

Caiu! O que eu faço?
Mas a questão é: O que você faz quando a internet cai? Continua suas atividades normalmente ou se desespera com a impossibilidade de navegar na web? “Eu fico desesperado. Fico com a sensação de que o mundo pode estar acabando e eu não saberei. Eu me sinto totalmente excluído se estou sem a possibilidade de entrar na internet. Claro que eu consigo ter meu dia-a-dia offline normalmente, mas se eu estou em casa, no ritmo normal, eu preciso estar conectado”, diz Augusto*, estudante.

Para Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo e coordenador do programa Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP, depressão, fobia social e introspecção são fatores que podem desencadear o vício. “Quando o indivíduo prefere a internet do que as atividades no meio físico, troca a vida real pela conexão, é preciso ficar atento”.

Segundo Nabuco, a dependência não pode ser medida pelo tempo que o usuário fica on-line ou considerar apenas as horas que uma pessoa dedica à leitura emails e notícias na web, mas sim quando ela deixa de viver sua vida por causa da internet, desmarca compromissos, deixa de conviver com sua família. “Mas a partir do momento que você deixa de ter contato real, sair, passear, conversar para ficar online é sinal de que algo está errado”, ressalta Augusto.

Como tratar
O vício pode atingir diferentes graus (leve, moderado, abusivo, pesado) e somente o diagnóstico do médico vai definir se a pessoa realmente é compulsiva e qual tratamento deve ser feito. Mas as próprias pessoas encontram dificuldades para reconhecer a doença. “Muitas vezes, a pessoa não reconhece o vício. Assim, família ou amigos buscam ajuda e procuram tratamentos”, diz o psicólogo.

Compras, bate-papo, jogos são alguns exemplos de dependência. Entre as opções de tratamento estão: psicoterapia, terapia presencial, terapia em grupo e atendimento por email. O HC, a PUC e a Unifesp oferecem tratamentos gratuitos para dependentes.

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*O nome foi trocado para preservar a identidade do entrevistado

Por Pâmela Nunes

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